Um rio dentro do mar

Que demais:

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Caso interesse a alguém, o nome disso em português, aparentemente, é dolina.


New Old Reader

E o The Old Reader, uma das mais promissoras alternativas ao falecido Google Reader, vai fechar e virar um novo site, agora com acesso restrito. Em princípio, quem fez sua conta antes do anúncio do fim do serviço do Google vai poder ficar e participar da nova versão do site.

Primeira coisa que fiz ao saber da notícia, claro, foi conferir se minha conta ainda estava ativa e se eu estava entre os escolhidos. Estou. A partir disso, confesso que fiquei feliz e esperançoso com essa mudança.

Como qualquer usuário dasantigas do GReader, sempre torci muito pelo sucesso do The Old Reader, por ressuscitar a principal funcionalidade daquele: o compartilhamento de posts e artigos, com direito a comentários dos amigos. Muitos podem, como fizeram à época, dizer que redes como Google Plus e Facebook oferecem as mesmas funcionalidades. Mas a verdade é que a especificidade do uso de um leitor de RSS criava um ambiente quase inteiramente desprovido de ruído e disputas de ego, de forma que nenhuma outra rede social de que tenho notícia conseguiu replicar.

No entanto, todas as vezes em que tentei usar o dito cujo, minha experiência foi pior do que o aceitável. As possibilidades de compartilhamento não eram suficientes para contrabalançar a demora em atualizar feeds, ou o fato de esses serem atualizados em blocos (agrupando postagens da mesma fonte em sequência). Sem falar nos frequentes soluços em que os posts lidos paravam de ser contabilizados.

That’s why The Old Reader has to change. We have closed user registration, and we plan to shut the public site down in two weeks. We started working on this project for ourselves and our friends, and we use The Old Reader on a daily basis, so we will launch a separate private site that will keep running. It will have faster refresh rate, more posts per feed, and properly working full-text search — we are sure that we can provide all this at a smaller scale without that much drama, just like we were doing before March.

Por isso, espero que essa notícia possa significar um novo The Old Reader com melhor infraestrutura, mais estável e confiável. Não me importaria, sequer, de pagar pelo serviço, se necessário. Aguardemos.


Transgênicos e bom jornalismo

Belíssima matéria sobre comidas modificadas geneticamente, no New York Times. A parte sobre a oposição cega das pessoas ao assunto – mais uma para a lista da “grenalização do mundo” – é a que mais chama atenção.

But the magnitude of the opposition had never hit Mr. Kress so hard. “Will they believe us?” he asked himself for the first time. “Will they believe we’re doing this to eliminate chemicals and we’re making sure it’s safe? Or will they look at us and say, ‘That’s what they all say?’ ”
(…)
Southern Gardens had lost 700,000 trees trying to control the disease, more than a quarter of its total. The forecast for the coming spring harvest was dismal. The approval to use more pesticide on young trees had come through that day.

As pessoas preferem que se triplique a quantidade de agrotóxicos nas plantações, que uma indústria acabe e, mesmo, que uma espécie seja extinta, a permitir que se faça experimentos que por qualquer definição razoável já são feitos há centenas de anos. É como pessoas que são contra a caça sob qualquer hipótese, mesmo que seja para evitar a extinção de um animal.

UPDATE: enquanto isso, na Índia, governo e população começam a se preocupar com o assunto agrotóxico depois da morte de mais de 20 crianças.


Sobre obesidade

Algumas leituras interessantes sobre o assunto para outros obesos que se interessarem.

O quão pouco entendemos sobre o assunto:

The problem with diets that are heavy in meat, fat or sugar is not solely that they pack a lot of calories into food; it is that they alter the biochemistry of fat storage and fat expenditure, tilting the body’s system in favour of fat storage. (…) This might sound like a merely technical distinction. In fact, it’s a paradigm shift: if the problem isn’t the number of calories but rather biochemical influences on the body’s fat-making and fat-storage processes, then sheer quantity of food or drink are not the all-controlling determinants of weight gain.

E ainda assim, nos sentimos no direito de legislar e tentar criar políticas para “ajudar” os obesos:

The biggest mystery when it comes to obesity is not how to prevent it. It’s how to treat it. Don’t get me wrong. We need to know what expands our girth so that millions more don’t suffer the type 2 diabetes and heart disease that follow. But millions are obese, right now, and the medical establishment doesn’t really know how to help them.

Afinal de contas, não é como se pacientes fossem confiar e levar a sério médicos e nutricionistas que lhes dissessem a verdade, mesmo que soubessem:

Yet all this negativism bothers people, Dr. Allison conceded. When he talks about his findings to scientists, they often say: “O.K., you’ve convinced us. But what can we do? We’ve got to do something.”


Não mais

Da conversa do Mojo com o Carlos André, no Mundo Livro:

Daniel Pellizzari – Eu poderia ficar elucubrando um bom tempo sobre isso, mas acho que no fundo foi mesmo isso: uma vontade de estar mais próximo do leitor, de transmitir e formar alguma conexão emocional. E ao mesmo tempo uma necessidade súbita de explorar personagens (ou seja, pessoas). Comecei a me dar conta de que era isso que eu gostava em boa parte dos meus livros prediletos, mas que por algum motivo (medo, imaturidade, empáfia juvenil) eu tinha evitado nos meus livros anteriores.

Fiquei bastante feliz em ler isso, tão feliz quanto em ler o seu Digam a Satã que o Recado foi Entendido. Afinal de contas, esse hermetismo sempre foi a barreira que me impedia de gostar dos livros tanto quanto gosto do autor.


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