Fim da infância

Grantland, antes da final do basquete masculino da NCAA, hoje:

But seeing Johnson grin through that answer Saturday night was a reminder that he’s also just a giant 18-year-old kid. Too young to realize he’s not supposed to admit he was nervous, and didn’t really want the ball. Too young to play it cool. Instead he’s just chuckling and telling the truth.

Profético, eu diria, considerando que nervosismo e imaturidade me parecem a melhor explicação para a lamentável performance dos Wildcats nos lances livres, a qual lhes custou o campeonato. De qualquer forma, como alguém nem um pouco ligado a rivalidades e à história de times universitários americanos, torci loucamente pelo time de Kentucky, certamente o mais divertido dos que estava em quadra.


O raro momento em que é preciso elogiar a Apple

No Gadget Lab da Wired, um bom post sobre o FireChat, a última novidade no mundo dos mensageiros mobile.

“Mesh networking is like this unicorn,” FireChat’s Christophe Daligault says. “We’ve been talking about it for 20 years. DARPA has put a lot of money into it. But it hasn’t really taken off in a big way anywhere.”

O que me fez lembrar do iBeacon, do FaceTime e, por que não, do iPad. Apesar de todas as críticas possíveis à Apple, de fato é notável a capacidade que têm de implementar, de forma elegante e à prova de idiotas, tecnologias promissoras mas que até então só existiam como protótipos e esperanças. Implementar e, consequentemente, popularizar.

No caso das mesh networks, claro, resta torcer por alguma padronização e inter-operabilidade que permita que aplicativos como o FireChat possam ser independentes de plataforma. Mas kudos à Apple por potencialmente abrir a porta pra popularização disso.


Experts e nutricionistas errados… de novo

Agora é o pânico com as gorduras saturadas que parece ser, no mínimo, exagerado:

Last week it fell to a floundering professor, Jeremy Pearson, from the British Heart Foundation to explain why it still adheres to the nutrition establishment’s anti-saturated fat doctrine when evidence is stacking up to refute it. After examining 72 academic studies involving more than 600,000 participants, the study, funded by the foundation, found that saturated fat consumption was not associated with coronary disease risk. This assessment echoed a review in 2010 that concluded “there is no convincing evidence that saturated fat causes heart disease”.

Entre meteorologia e nutrição, é difícil saber quem está errado com mais frequência.


Como assim, você não come frutas?

Até onde entendo, a dieta do momento é a tal paleolítica, baseada na ideia de que nosso genoma não mudou muito em relação a nossos antepassados pré-históricos e, portanto, deveríamos tentar comer apenas o que eles tinham à disposição à época. Obviamente, é uma empreitada impossível visto que qualquer coisa que essas pessoas comam – carne, vegetais, frutas – será completamente diferente do seu equivalente pré-histórico.

Mas nessa onda de dietas drásticas numa tentativa de controlar ou diminuir o que só se pode caracterizar como uma epidemia global de obesidade, um assunto que há muito me interessa começa a ganhar mais atenção: o vício em açúcar, ou mais especificamente, em frutose.

But what about fructose? Is fructose a nutrient? As it turns out, there’s no biochemical reaction that requires dietary fructose. A rare genetic disease called Hereditary Fructose Intolerance afflicts 1 in 100,000 babies, who drop their blood sugar to almost zero and have a seizure upon their first exposure to juice from a bottle at age six months. Doctors perform a liver biopsy to confirm the diagnosis. From that moment on, they’re fructose-free for the rest of their lives. And they’re among the healthiest people on the planet.

Desde que comecei a mudar drasticamente meus hábitos alimentares, fazendo uma mistura de slow carb com evitar ao máximo carboidratos refinados, não tem nada que deixe as pessoas mais chocadas do que a abolição das frutas. Para mim, sempre fez sentido e nunca senti falta (exceto pelo eventual açaí batido com leite). Com sorte, num futuro próximo, ninguém mais vai me olhar esquisito quando disser que não como frutas.


I for one welcome our robot overlords

Screen capture of Data as Sherlock Holmes, from a Star Trek: The Next Generation episode

Na época em que saiu o filme de Moneyball, lembro de ter comentado com o Francisco que achava que o Billy Beane tinha sido covarde em não aceitar a proposta do Red Sox. Porque para mim era óbvio que, cedo ou tarde, outros times começariam a também usar sabermetrics e a qualidade dos times voltaria a ser, mais vezes do que não, diretamente proporcional ao tamanho da folha de pagamento. Obviamente, foi o que aconteceu*.

Tempos depois, numa conversa com o Cappra sobre mídia programática e análise preditiva, e como criativos estavam ficando com medo de robôs e testes A/B, também comentei que achava que eles não só estavam errados em ter (embora fosse bem razoável entender que tivessem) medo, como deveriam estar felizes com a situação. Por causa de algo muito bem resumido por esse artigo do Felix Salmon, na Wired:

It’s increasingly clear that for smart organizations, living by numbers alone simply won’t work. That’s why they arrive at stage four: synthesis—the practice of marrying quantitative insights with old-fashioned subjective experience. Nate Silver himself has written thoughtfully about examples of this in his book, The Signal and the Noise. He cites baseball, which in the post-Moneyball era adopted a “fusion approach” that leans on both statistics and scouting. Silver credits it with delivering the Boston Red Sox’s first World Series title in 86 years.

Cedo ou tarde (e do jeito que as coisas andam, é cada vez mais cedo), o mercado se adapta à ruptura causada pelas estatísticas e suas incríveis ferramentas. E seja porque existe um uso exagerado e cego disso, ou simplesmente porque todo mundo usa as mesmas ferramentas e estratégias, chega uma hora em que o famoso fator humano volta a ser o diferencial. Com a grande vantagem, porém, de agora esse fator atuar em um ecossistema focado em e capaz de medir eficácia. Ou seja, se fosse um criativo (e mesmo sendo um planejador), eu ficaria feliz com coisas como o Watson.

*Como a única pessoa que corre o risco de ler esse post e entender de beisebol é exatamente o Francisco, é importante notar nesse asterisco que: eu sei que a maior folha salarial da MLB é do Yankees e desde 2000 eles só ganharam uma World Series. Porém, o Yankees também é, possivelmente, o time mais teimoso e “old school” da liga (ou era até a morte do Steinbrenner pai) com esse tipo de coisa.


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