This too shall pass
É por concordar 100% com esse tipo de coisa que costumo me identificar como neoliberal:
In doubling down, Trump sends a signal to his supporters and allies: These attitudes have a privileged place in mainstream political life, and you should express them. Most of this will be rhetorical, but Americans who hold the more virulent form of Trump’s racial ideology could continue to take his rhetoric and free expression of bigotry as a call to action. In turn, his refusal to fully condemn or distance himself from the resulting acts of far-right violence—“some very fine people on both sides”—sets the stage for future acts of terror, which he will almost certainly address in the same equivocating terms.
Um pouquinho antes, porém, ao falar dos tempos pré-Guerra Civil americana, o autor resume o que me faz ainda ser um otimista diante dessa bosta de tempo em que vivemos:
That era of virulent, violent racism is behind us. But explicit prejudice has returned to public life, ushered in by a wave of racial backlash that gathered increasing strength in the final years of the Obama administration.
Uma versão mais elaborada, e ainda não diretamente sobre o meu ponto, pode ser encontrada nesse texto da New York Review of Books.
Não me parece, claro, haver dúvidas sobre o crescimento do autoritarismo entre as democracias ocidentais, nem sobre o quanto isso é péssimo exceto para os sempre poucos amigos dos autoritários no poder. No entanto, quero crer que esse tipo de movimento seja natural de sociedades, onde mudanças não acontecem de forma linear e agradável, mas numa espécie de cabo de guerra em que diferentes grupos de interesse acabam ganhando força por se sentirem oprimidos, e assim por diante. Não é, afinal de contas, como se essa fosse a primeira vez que vemos esse tipo de movimento acontecendo.
Porém, como descrito em ambos os textos, essa vez parece muito mais branda que as anteriores. Os autoritários estão sendo eleitos, e as instituições estão sendo mantidas em algum nível. O racismo, os preconceitos e nativismos, via de regra não são institucionalizados. Chávez e Maduro não são Stalin ou Fidel, Trump e Duterte não são Hitler ou Mussolini.
E nisso sigo apoiando meu otimismo de que, como aquelas, também essa onda autoritária irá passar, e que a tendência geral do avançar da história parece, com seus proverbiais passos de formiga, seguir na direção certa.
posted: 18 October 30
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