Gritando com espelhos

Yes:

The updated version of Nimona amplifies its vocal statement about prejudice against the othered. The kingdom’s battle cry, “Go back into the shadows from whence you came!” passed down from Gloreth, is branded as heroic dogma. But it acquires a crueler connotation once a flashback unravels Nimona and Gloreth’s doomed childhood friendship, severed by social panic that corrupts the innocent Gloreth into betraying her friend.

But:

Like Pixar’s Elemental, Nimona seems to proceed from the assumption that focusing on diverse protagonists relieves the movie of the need to train its creative energies on any other area

Os textos falam de Nimona, mas me lembram de uma implicância antiga com uma produção televisiva elogiadíssima: Black Mirror. A verdade é que a série me irrita a ponto de que nunca assisti a muitos episódios, mas a última temporada tem um exemplo excelente desse fenômeno que, por sua vez, ilustra bem minha frustração com a prática.

O episódio “Beyond the Sea“, me parece, é uma ruminação sobre o que significa estar presente, usando como alegoria uma civilização muito parecida com os EUA dos anos 60/70 mas na qual existe uma tecnologia que permite transferir a sua consciência para um androide 100% realista. É um episódio muito bem dirigido e ainda melhor atuado, entretenimento acima da média ainda que pudesse ter uns 20 minutos de duração a menos. Toda a tensão da história, porém, se sustenta em uma decisão que não faz sentido algum: dispondo dessa tecnologia, o equivalente da NASA a utiliza para enviar dois astronautas em uma missão de anos no espaço enquanto mantém androides réplicas na Terra.

É óbvio que, se os humanos dessa realidade alternativa são minimamente parecidos com o da nossa, faria muito mais sentido que os androides fossem para o espaço enquanto os astronautas de carne e osso permanecessem na Terra, onde não precisam fazer exercícios para evitar os efeitos da baixa gravidade, não precisam se preocupar tanto com radiação cósmica e, principalmente, estão seguros e disponíveis no caso de qualquer imprevisto com a missão.

“Tá, mas se serve à alegoria e tu mesmo disse que o resultado final é um entretenimento de qualidade, qual o problema?” O problema é que ao se preocupar com a verossimilhança de sua metáfora, os autores seriam obrigados a ajustar sua história e, nisso, muito possivelmente se veriam criando algo muito mais rico, não só enquanto entretenimento mas como a própria crítica ou discussão que queriam suscitar inicialmente. É a mesma razão pela qual ganhar prêmio de publicidade com anúncio fantasma é uma conquista vazia, já que de que adianta publicidade se ela não acontece no mundo real?


For future reference

This:

And, look, sure, in the US, you can run the Nazi bar, thanks to the 1st Amendment. But running a Nazi bar is not winning any free speech awards. It’s not standing up for free speech. It’s building your own brand as the Nazi bar and abdicating your own free speech rights of association to kick Nazis out of your private property, and to craft a different kind of community. Let the Nazis build their own bar, or everyone will just assume you’re a Nazi too.


Assertividade artificial

O assunto é o mesmo, então não dá pra apelar pro Baader Meinhof, mas são de tal forma complementares que achei justo voltar ao blog para registrar. Primeiro, Clive Thompson:

But when someone is bullshitting, they don’t care about whether what they’re saying is true or not. Their goal is merely to seduce the audience, to give off the appearance of being authoritative. So the bullshitter confidently bloviates. The words and ideas gush out loghorreaically. Is what they’re saying correct, or true? Maybe! Maybe not? Who cares, so long as it holds the audience’s attention.

Depois, esse rico causo:

@medpagetoday

The AI platform has great potential for use in medicine, but has huge pitfalls, says Jeremy Faust, MD #openai #chatgpt #medtech #medicaltechnology #ai #artificialintelligence #medpagetok #medicalnews

♬ original sound – MedPage Today | Medical News

Talvez não por acaso, redatores publicitários andam preocupadíssimos com a tecnologia.


Baader-Meinhof: fashion edition

Isso:

Me lembrou disso:


Baader-Meinhof: Randall Munroe edition

Isso:

There are tens of thousands of genes in the human genome: minuscule twists of DNA and RNA that combine to express all of the traits and characteristics that make each of us unique. Each gene is given a name and alphanumeric code, known as a symbol, which scientists use to coordinate research. But over the past year or so, some 27 human genes have been renamed, all because Microsoft Excel kept misreading their symbols as dates.

Me lembrou disso:


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