a polícia da moralidade absoluta ataca novamente

Estava lendo, com algum atraso, uma entrevista do Philip Roth, e uma parte em especial me chamou a atenção:

The imposition of a cause’s idea of reality on the writer’s idea of reality can only mistakenly be called “reading.” And in the case at hand, it is not necessarily a harmless amusement. In some quarters, “misogynist” is now a word used almost as laxly as was “Communist” by the McCarthyite right in the 1950s — and for very like the same purpose.

É o tipo de reação típico de ativistas afundados na falácia do falso dilema, pra roubar outra citação de um excelente (e enorme) texto, “tão anti-social e injusta que só poderia vir de algum movimento de justiça social”.

Pois algumas horas depois, dou de cara com essa defesa da sempre excelente Camila von Holdefer de acusações de machismo velado ao defender uma coletânea literária onde, aparentemente, as mulheres estão subrepresentadas.

Piadas à parte, tanta desonestidade pode chocar quem aprendeu a argumentar com mais cautela. Quem é Juliana Cunha para me dizer o que eu sou e o que eu quero ser e o que eu posso ser? Como uma pessoa que pretende debater com certa seriedade pode apontar, julgar e condenar de forma tão descuidada, precipitada e (especialmente) arrogante? Como uma argumentação medíocre e traiçoeira pode ter qualquer apoio?

Qualquer semelhança, imagino, é mera coincidência.

posted: 14 November 3
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