Comprar e destruir
Pois a Amazon comprou a Comixology e, imediatamente, estragou o aplicativo. Parece ser unanimidade entre os jornalistas especializados que a razão pra isso é evitar o “imposto” sobre compras feitas dentro de aplicativos sem passar pela iTunes Store ou Google Play – afinal de contas, é a política da mesma Amazon com seu aplicativo do Kindle.
Mas a maioria das análises – como essa, da Vox – me parece deixar passar dois pontos importantes. Primeiro, acredito que o market share da Comixology foi importante em atrair a atenção da Amazon, mas não tanto por seu faturamento quanto pela quantidade de informação que isso estava deixando fora do seu alcance.
Segundo, e talvez mais importante, é o que me parece ser o clássico equívoco de americanos de esquecerem que o resto do mundo não tem o mesmo tipo de acesso a determinados produtos que eles têm:
But there have always been places a loyal comic reader could go to find the few comics Apple wouldn’t permit. What was hard to find was a browsing, buying and reading experience as intuitive as Comixology’s. It’s not as if the app doesn’t have competition — including from traditional, brick-and-mortar comic stores.
Na verdade, exceto pelo próprio Kindle e a iBookstore (que costumava ser bem fraca para quadrinhos), a única concorrência “digital” da Comixology é a pirataria, que costuma ser meio que um pé no saco pra quadrinhos. E lojas físicas, fora dos EUA (e, talvez, alguns outros países europeus), não têm nenhuma capacidade de competir quando se trata de lançamentos e quadrinhos mensais.
Afinal de contas, tá lá o Kindle vendendo rios de livros mesmo que seja necessário ir no site da Amazon pra fazer as compras, e tendo muito mais concorrência (digital ou não) do que a Comixology.
posted: 14 May 4
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